Arquivo para agosto, 2020

História

(Esq.) Retrato de Dom Pedro I; (dir.) crânio de Dom Pedro I – Wikimedia Commons/ Foto de Maurício Paiva

CURIOSIDADES SOBRE OS RESTOS DE DOM PEDRO I
Dom Pedro I declarou a Independência do Brasil em 1822, mas se enfraqueceu e renunciou ao trono em 1831. Conhecido por ser mulherengo, trocava cartas eróticas com sua famosa amante, Domitila de Castro, enquanto era casado com a Imperatriz Leopoldina.

Mas, quando o monarca deixou seu reinado para trás, a austríaca já tinha falecido. D. Pedro havia se casado novamente, com a segunda imperatriz, Amélia de Leuchtenberg. Não só colecionador de afetos, mas também um sujeito bem impulsivo, deixou em seu lugar no Brasil seu filho, Dom Pedro II, que era apenas uma criança de cinco anos.

O garoto começou a governar ainda adolescente, aos 14 anos, com o Golpe da Maioridade, e era o queridinho da madrasta Amélia. Dom Pedro I saiu com a saudosa Dona Amélia para Portugal, sua querida terra, onde viveu dias de angústia e lutou na Guerra Civil Portuguesa.

Já com saúde frágil após a disputa, a causa da morte do soberano foi tuberculose, em 24 de setembro de 1834. Seus restos mortais jazem hoje em São Paulo, na Cripta Imperial, no Ipiranga. Confira abaixo 5 curiosidades sobre os seus remanescentes:

Pintura de Dom Pedro I, em 1834 / Crédito: Wikimedia Commons

Em 2012, os restos de Dom Pedro I, assim como os de Leopoldina e de Dona Amélia, foram alvo de um estudo que envolveu uma parceria da arqueóloga brasileira Valdirene Ambiel com vários especialistas e instituições. Os resultados (que podem ser acessados aqui) aparecem na dissertação de mestrado da pesquisadora, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).

Sobre o monarca, o estudo revelou que ele estava esqueletizado e suas vestes estavam fragmentadas. Os pedaços de tecidos tinham cores escuras, mas outros tinham coloração marrom com ornamentos de fios de ouro. Havia ainda alguns fragmentos de tonalidades de cores claras, porém esses últimos “adquiriram um tom mais escurecido”, segundo a pesquisa.

As botas de D. Pedro, muito provavelmente, estavam decompostas, o que foi evidenciado por sedimentos enegrecidos. Havia ainda a presença de comendas portuguesas. Entre essas, estava a Placa da Ordem Militar (portuguesa) da Torre e Espada. Medalhas, botões e outros artefatos do monarca foram entregues ao Museu da Cidade de São Paulo, que administra o Monumento à Independência.

Valdirene Ambiel preparando o esqueleto de D. Pedro I para encaminhar para exame de tomografia / Crédito: Valter Diogo Muniz

Colchão de terra 
Na pesquisa liderada por Valdirene Ambiel, foram retirados 20 quilos de substrato da urna de Dom Pedro I. Uma análise feita pelo pesquisador Fernando Augusto Saraiva, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGC-USP), revelou a presença de carbonato naquele material — substância presente no solo da cidade de Porto, em Portugal.

Com isso, os pesquisadores viram que um colchão de terra da urna original de 1834 do monarca podia ter sido feito do solo dessa cidade, que era amada por D.Pedro. Segundo a pesquisa, o imperador também pediu um pouco de terra brasileira para que fosse colocada no travesseiro do caixão.

Em entrevista à Aventuras na História, Ambiel conta que o colchão de terra pode ter sido uma “forma de homenagear” o monarca e “todo seu histórico com a cidade, após a guerra civil contra seu irmão D. Miguel”. Acontece que Dom Pedro I lutou na Guerra Civil Portuguesa em defesa do direito de sua filha, D. Maria II, de assumir o trono português.

Valdirene com o crânio de D. Pedro I / Crédito: Foto de Maurício Paiva

Dedicatória à filha
Curiosamente, o estudo conta ainda que o caixão ou placa de chumbo do soberano trazia a sigla D.O.M, que significa Deo Optimo Maximo (Deus Todo Poderoso). Além disso, há uma dedicatória à filha dele, D. Maria II, defendendo a mulher como rainha.

De modo fascinante, o caixão do pai — que lhe foi fiel até a morte—, diz: “Rei de Portugal e Algarves, Primeiro Imperador do Brasil; Duque de Bragança. João VI, Líder Comandante-em-Chefe e Filho de Rei para Reivindicar o Direito da Liberdade do País e Especialmente o Direito de Reinar de Maria II”.

O caixão de Dom Pedro I, portanto, faz alusão à disputa de Maria II no trono com o tio, Dom Miguel. Além disso, por fim, se lê, em algarismos romanos, a data do óbito e a idade que o imperador tinha quando morreu: 36 anos.

Ligação com ditaduras
O translado dos restos mortais de Dom Pedro I, vindos de Portugal, até o Brasil, ocorreu em 1972, justamente no Sesquicentenário da Independência do Brasil. O acontecimento foi motivo de celebração nacionalista para dois governos militares.

Na ocasião, tanto o Brasil como Portugal passavam por períodos anti-democráticos: por aqui, governava Emílio Garrastazu Médici; já no país ibérico, estava no poder o premier Marcello Caetano.

Por outro lado, a pesquisa aponta que, mesmo com a valorização por parte das ditaduras, os restos do monarca estavam em um péssimo estado. Chegava até a “dar pena”, segundo Ambiel. “O corpo do imperador estava totalmente desarticulado, e sem nenhuma posição anatômica mantida. Isso para mim representa a maior falta de respeito, não com a figura de um monarca, mas antes de tudo, falta de respeito com um ser humano”, lamenta.

Monarca sem coração
Um fato não muito conhecido sobre os despojos do imperador é que em São Paulo, na Cripta Imperial, ele jaz sem seu coração. O órgão está separado e está lá em Portugal, na cidade do Porto. De modo mais específico, repousa dentro de um recipiente de vidro, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa.

Foi uma das últimas vontades do monarca deixar, literalmente, seu coração para sempre em Porto. Isso porque ele nutria um amor muito grande por lá, local onde viveu de julho de 1832 a agosto de 1833.

Também foi na cidade que o soberano disputou a guerra contra seu irmão, Dom Miguel I. E o mais engraçado é que agora quem tem as chaves do coração de Dom Pedro I não é mais Leopoldina, Dona Amélia ou Domitila de Castro, mas sim os funcionários que abrem o órgão para fazer sua manutenção a cada década.

MEU CERTIFICADO DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

Aniversário

Alice Pereira Fiuza de Castro comemorando hoje seus 97 anos

DECRETO QUE PROÍBE AULAS, EVENTOS E AGLOMERAÇÕES
Aulas nas unidades de ensino das redes pública e privada e eventos com mais de 50 pessoas seguem proibidos em toda a Bahia. O decreto estadual n° 19.586, que determina a proibição das atividades e venceria neste domingo (30), ficará em vigor até o dia 13 de setembro.

A prorrogação será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (29). O decreto proíbe as atividades que envolvem aglomeração de pessoas, como shows, feiras, apresentações circenses, eventos científicos, passeatas, bem como abertura e funcionamento de zoológicos, museus, teatros, dentre outros.

ELON MUSK FEZ DEMONSTRAÇÃO DE CHIP NEURAL
Em 2016, Elon Musk fundou a empresa Neuralink, para investir no desenvolvimento de tecnologia de interfaces neurais, ou seja, na criação de um método que conecta o cérebro humano a computadores, ou celulares, através de um chip e sensores posicionados na cabeça dos usuários.

De acordo com Musk, esse desenvolvimento tem o objetivo de auxiliar pessoas que enfrentam paralisias, para que elas controlem seus aparelhos eletrônicos com o cérebro. Na sexta-feira, 28, o bilionário fez a primeira demonstração da invenção, que aconteceu em um evento ao vivo transmitido pelo canal do Youtube da Neuralink. As informações foram do portal Época Negócios.

Apesar de não ter dado muitos detalhes, Elon  adiantou que o evento contaria com um robô projetado para conectar o chip ao cérebro, além disso, have uma demonstração ao vivo do uso dessa nova tecnologia.

FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL 2020
Na quinta-feira, 27, teve inicio a Festa Literária Internacional de São Sebastião (FLISS), realizada pelo Instituto MPUMALANGA em parceria com o UNICEF. A edição 2020 ocorrerá virtualmente ao longo de quase 80 horas.

Dentre a programação, há debates literários, lançamentos de livros, entrevistas e mini workshops, que podem ser acompanhados ao vivo pelo Facebook e Youtube do Instituto MPUMALANGA. Do dia 27 até 30, algumas atividades poderão ser acessadas gratuitamente, enquanto outras são acessadas por meio de inscrições — a renda será revertida para famílias de São Sebastião afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

Para conferir a programação completa acesse: www.facebook.com/institutompumalanga

Aniversário

José Carlos Pedreira aniversariante desse sábado

70 ANOS DA TV BRASILEIRA
Dia 18 de setembro o Brasil celebrará 70 anos da primeira transmissão de TV. O primeiro registro de um aparelho de televisão no Brasil é de junho de 1939, quando em uma feira, houve a exibição de um aparelho da empresa alemã Telefunken. O início das transmissões de TV no Brasil ocorreu com a inauguração da TV Tupi, na cidade de São Paulo, em 18 de setembro de 1950.

Em dezembro as comemorações serão realizadas pelos parlamentares do Estado de São Paulo, onde farão homenagens as personalidades com a medalha dos 70 anos da Tv Brasileira. Este colunista será um dos homenageados, assim como, a Miss Feira 2020. Agradecemos o convite ao Presidente da Ordem dos Parlamentares Dr. Leonel Aguiar.

VACINAÇÃO ANTIRRÁBICA PARA CÃES E GATOS EM DRIVE-THRU
O Centro Municipal de Controle de Zoonoses (CCZ) vai disponibilizar, neste sábado (29), postos de vacinação contra raiva através de drive-thru, na Praça Coronel Tertuliano Almeida, mais conhecida como Praça da Kalilândia, no estacionamento da UniFTC, bairro SIM, e na sede do CCZ. O atendimento será das 8h às 13h. No domingo (30) a vacinação drive-thru será apenas na praça da Kalilandia e na UniFTC das 8 às 13h.

FERNANDO DE NORONHA REABRE PARA TURISTAS
Fernando de Noronha (PE), depois de cinco meses fechada para turistas será reaberta para visitantes na terça-feira 1º de setembro, de forma gradual. No  momento, apenas pessoas que já tiveram covid-19 vão poder visitar o arquipélago. A comprovação de que o turista já teve a doença será feita durante o processo de pagamento da Taxa de Preservação Ambiental (TPA), que agora só poderá ser feito on-line, pelo site www.sounoronha.com.

MISSAS ABERTAS AO PÚBLICO NESTE DOMINGO
A Paróquia de Santo Antônio, nos Capuchinhos, voltará a celebrar missas abertas ao público neste domingo (30) em Feira de Santana. A informação é do pároco da igreja, o frei Mário Sérgio. Ele explicou em entrevista ao Acorda Cidade, que para participar é necessário que os fiéis façam o agendamento prévio. O objetivo é retornar às atividades presenciais gradualmente, seguindo os protocolos sanitários de prevenção à covid-19 e cuidado com a vida.

Aniversariante da semana Valdna ao lado do seu marido Luciano Ribeiro

FAIRMONT COPACABANA RECEBERÁ HÓSPEDES
Depois de cinco meses fechado, o hotel belíssimo hotel  Fairmont Copacabana da Avenida Atlântica  (RJ) volta a receber hóspedes nessa terça-feira, 01. O hotel, na mesma localização do antigo Sofitel Copacabana, conta com 365 apartamentos.

CENTRO DE REFERÊNCIA DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
O Centro de Referência de Promoção dos Direitos Humanos foi inaugurado em abril. Desde então já realizou diversas ações, como Julho das Pretas, Junho Violeta e ação de cidadania e saúde para profissionais do sexo. O objetivo do centro é garantir os direitos de grupos minoritários. O equipamento feirense é único na Bahia.

“O objetivo é dar atenção as políticas de minorias que são as mais violentadas na cidade. São quatro núcleos: núcleo do idoso, núcleo da pessoa com deficiência, núcleo da igualdade racial e núcleo da população LGBTQIA+, que atende lésbicas, gays, travestis e homossexuais. Toda essa equipe tem a função de estar promovendo os direitos dessas pessoas em Feira de Santana”, explica Fábio Ribeiro, chefe da Divisão de Promoção dos Direitos das Minorias, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

AUMENTO NO PREÇO DE COMBUSTÍVEIS
Os preços da gasolina e do álcool aumentaram em Feira de Santana. O reajuste foi percebido já na manhã desta quinta-feira (27) e em alguns postos de combustíveis da Avenida Presidente Dutra e os preços já haviam sofrido alterações.

Exposição

Simone Cadinelli

EXPOSIÇÃO COMO HABITAR O PRESENTE? ATO 2-ESTAMOS AQUI
Dando sequência ao Ato 1, a galeria vai expor em sua vitrine, voltada para a rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, trabalhos em vídeo feitos a partir de várias linguagens multimídia, como videomapping e GIFs, de 15 artistas, nascidos ou radicados no Rio, São Paulo, Belém, Salvador e Porto Alegre.

Os trabalhos poderão ser vistos 24 horas por dia. A exposição será espelhada no site da galeria. Os trabalhos selecionados pela curadora Érika Nascimento são dos artistas Ana Clara Tito, Batman Zavareze, Ivar Rocha, Jonas Arrabal, Leandra Espírito Santo, Gabriela Noujaim, Martha Niklaus, Nathan Braga, Panmela Castro, Roberta Carvalho, Simone Cupello, Talitha Rossi, Ursula Tautz, Virgínia di Lauro e VJ Gabiru

FISCALIZAÇÃO PREVENTIVA INTEGRADA
A Força Tarefa criada pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) voltará às ruas para intensificar o controle das regras em restaurantes e lanchonetes. Nos últimos dias, em Feira de Santana, foram identificados diversos estabelecimentos descumprindo as normas estabelecidas para a reabertura.

Os restaurantes só podem funcionar das 11h às 15h para almoço e das 17h às 21h para o jantar, com apenas 40% da capacidade máxima. As mesas devem ficar distantes, pelo menos, dois metros uma da outra. Não é permitido self-service ou a realização de eventos e/ou comemorações. Restaurantes e lanchonetes que descumprirem o decreto podem ter o estabelecimento fechado.

Arnaldo Sacomani – Reprodução de internet

NOTA DE PESAR
Arnaldo Saccomani morreu nesta madrugada (27), em Indaiatuba, no interior de São Paulo. O produtor musical, de 71 anos, era diabético e fazia um tratamento renal desde julho.  De acordo com o jornalista Felipeh Campos, um centro de tratamento montado exclusivamente para ele em sua residencia e passava por hemodiálise diariamente acompanhada por uma médica.  Era um dos importantes jurados do programa do Ratinho no quadro 10 ou 1000.

CPRL COMEMORA 18 ANOS
O Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL) comemora nesta quinta-feira (27), 18 anos de fundação. O coronel Luziel Andrade, comandante do CPRL e o décimo a ocupar o cargo, fala da realização de fazer parte do comando, antes mesmo de tornar-se comandante.

RENDA EMERGENCIAL PARA ARTISTAS
O Governo do Estado do Rio de Janeiro será autorizado a utilizar o Fundo Estadual de Cultura para instituir o pagamento de benefícios eventuais, renda emergencial e subsídios mensais aos trabalhadores da cultura.

A determinação é do projeto de lei 2.988/20, que foi aprovado, em discussão única, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta terça-feira (25/08). O texto seguirá para o governador Wilson Witzel, que tem até 15 dias úteis para sancioná-lo ou vetá-lo.

GOVERNO BOLSONARO VAI ACABAR COM CARGO DE PORTA-VOZ
O governo Jair Bolsonaro decidiu extinguir o cargo de porta-voz da Presidência da República, ocupado desde o início do ano passado por Otávio do Rêgo Barros, general da reserva do Exército. A informação foi divulgada em nota conjunta da Secretaria de Governo (Segov) e do Ministério das Comunicações, na noite desta quarta-feira. Segundo o comunicado, o posto será desativado em um decreto “a ser publicado nas próximas semanas”.

História

Pintura oficial da imperatriz (à esqu.) e os restos mortais de Dona Leopoldina (à dir.) – Wikimedia Commons – Foto de Valter Diogo Muniz

FATOS SOBRE OS RESTOS MORTAIS DA IMPERATRIZ LEOPOLDINA
A austríaca faleceu aos 29 anos de idade, em 11 de dezembro de 1826, e seus despojos estão em São Paulo, na Cripta Imperial, do Parque da Independência, no Ipiranga.

A imperatriz Leopoldina foi uma mulher vital — seja com relação à Independência do Brasil ou ao Dia do Fico. Sua inteligência, poder de persuasão para com Dom Pedro I, e sua astúcia política, mudaram a história do nosso país. Mas, por mais icônica que seja sua figura, como todo ser humano, ela teve uma trajetória que eventualmente acabou.

No caso da soberana, a morte veio em 11 de dezembro de 1826, aos 29 anos de idade, por conta da evolução de um quadro infeccioso. Seus restos mortais jazem em São Paulo, na Cripta Imperial, do Parque da Independência, no Ipiranga. Veja abaixo 5 fatos instigantes sobre os despojos da imperatriz.

1. Urna surpresa

Em 2012, os restos de Leopoldina, assim como os de Dom Pedro I e de Dona Amélia, foram alvo de um estudo que envolveu uma parceria da arqueóloga brasileira Valdirene Ambiel com vários especialistas e instituições. Os resultados (que podem ser acessados aqui) aparecem na dissertação de mestrado da pesquisadora, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).

A primeira tarefa que foi feita na pesquisa foi abrir parcialmente a tampa de granito do sarcófago de Leopoldina. Mas, quando essa foi aberta, veio uma surpresa: a urna era mais recente do que se pensava.

Acreditava-se que seria encontrado o caixão descrito segundo documentos do Instituto Histórico Geográfico de São Paulo, que falavam do translado dos restos da imperatriz, realizado em 1954. Porém, esse último não condizia com tais descrições. Ainda assim, havia 31 fragmentos de madeira, provenientes provavelmente da antiga urna.

Valdirene Ambiel com a Imperatriz Leopoldina / Crédito: Prof. Dr. Luiz Roberto Fontes

2. Aparência imperial

Quando se trata das roupas, porém, tudo estava dentro das descrições. A defunta tinha correspondência com uma imagem do pintor francês Jean-Baptiste Debret, de 1 de dezembro de 1822, na qual Leopoldina aparecia de trajes de gala, na coroação de Dom Pedro I.

Isto é, de modo curioso, a esposa do imperador havia sido enterrada com vestimenta parecida com a daquela ocasião sublime. Era um vestido branco com bordados “em forma de folhas em verde na altura do peito” e mangas fofas com detalhes da fauna brasileira.

Seus sapatos, por sua vez, eram baixos e sem salto, e tinham decorações “pequenas e delicadas”. A estatura da falecida variava entre 1,54 cm a 1,60 cm. Brincos e uma amostra do manto da austríaca também estavam em seu sarcófago e foram entregues ao Museu da Cidade de São Paulo, que administra o Monumento à Independência.

3. A febre que acelerou a morte

Os restos de Leopoldina estavam esqueletizados e em estado de preservação descrito no estudo como “frágil”.  A presença de cal foi apontada como um dos principais fatores para a decomposição rápida dos remanescentes humanos da dama.

Em entrevista à Aventuras na História, Ambiel explicou que a substância presente na primeira esposa de Dom Pedro I pode ter sido proveniente do funeral realizado na data da morte da soberana. Além disso, “uma vez que a Imperatriz sofreu muita febre antes de entrar em óbito”, esse estado febril “pode ter acelerado o processo de decomposição”.

Retrato da Imperatriz Leopoldina / Crédito: Wikimedia Commons

4. Não houve beija-mão

A imperatriz Leopoldina não usava luvas em seu sarcófago. Esses acessórios poderiam, em tese, ter sido retirados para a cerimônia do beija-mão. Nesse costume, não só em vida — como também após a morte — se beijava as mãos de pessoas importantes em sinal de referência.

Embora essa tradição peculiar estivesse em desuso no século 19, ela foi reforçada por D. João VI, que queria se aproximar de seus súditos, segundo contou Ambiel. Então, mais tarde, a beija-mão foi mantida por D. Pedro I, que era bem fiel ao pai.

Ainda assim, o imperador viúvo não pôde exigir que o ritual da família fosse realizado na esposa: o corpo de Leopoldina estava decomposto demais. Beijar a mão dela, portanto, era impensável.

Ilustração da Imperatriz Leopoldina / Crédito: Wikimedia Commons

5. O mito do empurrão na escada 

Uma lenda popular afirma que a morte da imperatriz Leopoldina teria sido fruto de violência por parte de Dom Pedro I. Segundo o boato, a austríaca estava grávida e levou um pontapé seguido de um empurrão escada abaixo, resultando no óbito do bebê e no agravamento de sua saúde.

Mas, esse não foi o caso, segundo a análise dos restos mortais da primeira esposa do imperador. Essa parte da pesquisa teve a colaboração do médico legista Luiz Roberto Fontes, que avaliou boletins médicos dos Arquivos do Museu Imperial, em Petrópolis; como também um artigo do médico Dr. Odorino Breda Filho, de 1972, na revista do Instituto Histórico Geográfico de São Paulo.

Então, se chegou à conclusão de que o óbito da imperatriz foi, na verdade, resultado não da violência, mas da evolução de um quadro infeccioso. De acordo com Ambiel, as datas para que a teoria do empurrão fosse verdade também não batem: D. Pedro I deixou o Rio de Janeiro em 23 de novembro de 1826, e um aborto foi sofrido por Leopoldina na ausência dele, em 2 de dezembro.

Ou seja, houve um intervalo de mais de 10 dias entre uma coisa e a outra. Isso indica que a perda do neném foi algo espontâneo e não resultado da brutalidade do imperador. “Se houvesse um ato de violência praticado por D. Pedro, o óbito do feto seria anterior ao abortamento. Como sempre falo, não posso afirmar que D. Pedro nunca praticou violência física contra a esposa, mas podemos dizer que esta violência não causou a morte de D. Leopoldina”, explicou a arqueóloga.

MEU CERTIFICADO DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

Homenagem

O casarão da Rua Dona Mariana, em Botafogo, onde Pitanguy dava aulas e operou mais 60 mil pessoas, inclusive estrelas internacionais Foto: Agência O Globo

EDIFÍCIO RESIDENCIAL IVO
A Rua Dona Mariana, em Botafogo, onde por 52 anos abrigou o casarão eclético onde funcionava a Clínica Ivo Pitanguy vai passar por uma roupagem nova. O imóvel onde o cirurgião — que morreu em 2016, aos 93 anos —trabalhou até 2014 passará por uma reforma e ganhará, no mesmo terreno, a companhia de um edifício residencial de 36 unidades, com três ou quatro quartos.

Antes escondida por um muro, a casa ganhará visibilidade para a rua, devolvendo à cidade a beleza icônica de sua arquitetura. A previsão é que a entrega do novo edifício ocorra daqui a 20 meses. No projeto, consta a restauração do casarão, de acordo com as determinações do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH): nele, funcionará uma área de convivência do condomínio.

A construção foi comprada da família do cirurgião plástico pela incorporadora Bait, no ano passado. As obras terão início assim que o empreendimento, que se chamará “Ivo”, em homenagem ao médico, for lançado. No endereço, Pitanguy operou com sua equipe mais de 60 mil pessoas.A informação foi divulgada pelo blog Capital, do GLOBO.

A CARPINTARIA RECEBE VISITANTES
A galeria Carpintaria, no Rio de Janeiro, começou a receber visitantes com agendamento prévio, neste sábado (22), para a mostra “Cities in dust”, com fotos, pinturas e esculturas de 15 artistas – como Barrão, Luiz Zerbini, Leda Catunda, Damián Ortega e Rodrigo Cass. Os agendamentos podem ser feitos através do email carpintaria@fdag.com.br.

USO DE MÁSCARAS EM  CRIANÇAS
A Organização Mundial da Saúde disse que crianças com 12 anos ou mais devem usar máscaras para ajudar a combater a pandemia de covid-19 nas mesmas condições que os adultos.

De acordo com a OMS e a Unicef, crianças entre seis e 11 anos devem usar o equipamento sob abordagem baseada em risco, enquanto crianças com 12 anos ou mais devem usar normalmente, especialmente quando a distância de um metro de outras não pode ser garantida e há transmissão generalizada na área.

MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO SERÁ VIRTUAL
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a 15ª edição da Mostra de Cinema de Ouro Preto (15ª CineOP) será realizada este ano em formato virtual. O evento, gratuito, ocorre de 3 e 7 de setembro. Desde sua criação, em 2006, na cidade mineira de Ouro Preto, o festival se destaca dos demais por se dedicar à preservação do audiovisual e a tratar o cinema como patrimônio cultural.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA LGBTI
A presença de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no audiovisual precisa ser ampliada. Sabendo da complexidade do tema e com o intuito de contribuir como uma janela de exibição dessa produção, o Festival Internacional de Cinema LGBTI chega a sua 5ª edição.

Anteriormente realizada em Brasília, desta vez a mostra é promovida online e totalmente gratuita. Quatorze produções audiovisuais com narrativas sobre diversidade e oriundas de vários lugares do mundo integram o festival, que acontece entre os dias 28 e 30 de agosto no endereço www.votelgbt.org/flix

História

Retratos de Maria da Glória, Maria da Assunção e Antónia de Bragança, respectivamente – Wikimedia Commons

NOMES NÃO TÃO CONHECIDOS DA FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA
Parentes de Dom Pedro I, as nobres tiveram trajetórias intensas, cheias de traição, solidão e sofrimento — e, ainda assim, foram esquecidas com o passar dos anos.

Formada por grandes nomes, importantes tanto na história brasileira, quanto na de Portugal, a família imperial tem mais membros do que podemos sequer imaginar. O próprio Dom Pedro I tinha parentes que, após seu reinado, caíram no esquecimento.

Apesar de fazem parte dos Bragança, elas são irmãs, netas e até mesmo filhas do imperador brasileiro que passaram longe dos livros de história. Muitas delas, no entanto, têm trajetórias tão interessantes quanto a do governante.

Conheça algumas das integrantes da Família Imperial não tão conhecidas assim:

Maria da Assunção de Bragança

A jovem Maria da Assunção de Bragança / Crédito: Wikimedia Commons

Quando tinha apenas 10 anos, a jovem Carlota Joaquina, casou-se com Dom João VI e, juntos, os dois tiveram nove filhos. Uma delas, no entanto, causa polêmicas até hoje. Isso porque acredita-se que Maria da Assunção de Bragança, irmã de Dom Pedro I, é uma herdeira bastarda de Carlota, fruto de uma relação extraconjugal.

Maria da Assunção cresceu na corte portuguesa e, sempre muito próxima de Dom Miguel, seu outro irmão, estava presente quando ele usurpou a coroa de Portugal. Logo que o monarca foi derrubado, contudo, a nobre retirou-se para Santarém. Durante o exílio, foi vítima da epidemia de cólera e faleceu, aos 28 anos, em 1834.

Maria Francisca de Bragança

Maria Francisca em pintura oficial / Crédito: Wikimedia Commons

Como a quinta filha de Carlota Joaquina e Dom João VI, Dona Maria Francisca foi irmã de Dom Pedro I e, aos precoces sete anos, foi obrigada a acompanhar a família até a colônia portuguesa no Brasil. Por aqui, cresceu ao lado dos irmãos até que teve de desempenhar seu papel como herdeira do monarca: o casamento.

Ao lado de sua irmã mais velha, Maria Francisca foi enviada para a Espanha e, após negociações, casou-se com seu tio, Carlos de Bourbon. Com três filhos, então, a nobre esteve ao lado do marido quando ele se autoproclamou Rei da Espanha e, junto dele, exilou-se na Inglaterra, onde adoeceu e morreu, aos 34 anos.

 Maria Isabel de Bragança

Retrato de Maria Isabel de Bragança / Crédito: Wikimedia Commons

Como irmã mais velha de Dom Pedro I, a jovem Maria Isabel de Bragança não teve grande participação na corte brasileira. Fazendo parte de um importante núcleo da aristocracia espanhola, no entanto, ela teve enorme relevância no país, principalmente quando foi enviada até lá para se casar, junto de Maria Francisca.

Entusiasta da arte erudita e dos conceitos liberais da corte espanhola, casou-se com seu tio, o Rei Fernando VII de Bourbon. Do matrimônio, vieram duas gestações bastante complicadas, sendo uma delas fatal. No segundo dos partos, os médicos decidiram por uma manobra invasiva e as retaliações cirúrgicas levaram Maria Isabel à morte.

Maria da Glória

Retrato de Maria da Glória / Crédito: Wikimedia Commons

Conhecida como a filha preferida de Dom Pedro I, Maria da Glória é uma das figuras mais desconhecidas e emblemáticas da corte. Foi com a menina de 7 anos que Dom Miguel se casou a fim de usurpar o trono português. Assim, quando o golpe foi desmascarado, a criança, irmã de Dom Pedro II, tornou-se a Rainha de Portugal.

Apelidada de “A Educadora”, Maria da Glória enfrentou rebeliões e foi acusada de tirania, mas estimulou a educação no país. Crente de que tinha a função de parir herdeiros, teve 11 filhos com Fernando Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha, seu terceiro marido. Dona de uma saúde frágil, contudo, a monarca morreu aos 34 anos, durante seu 11º parto.

Antónia de Bragança

Retrato de Antónia de Bragança / Crédito: Wikimedia Commons

Sexta filha de Maria da Glória, Antónia de Bragança é neta de Dom Pedro I e, durante a infância, foi descrita como uma menina comportada, que extraía os dentes sem gritar. Já na adolescência, era considerada uma das melhores candidatas para o trono português.

Ainda que favorecida pela família imperial, largou todos os privilégios da coroa para se casar com o alemão Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, em 1861. Na Alemanha, teve três filhos e, em seguida, 13 netos. Sempre muito saudosa do reino português, a nobre faleceu aos 68 anos, bem depois de seu amado, em 1913.

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