História

Francisco José de Bragança – Wikimedia Commons

O PRÍNCIPE QUE FOI ALVO DE ESCÂNDALO SEXUAL E GOLPE
Diante de polêmicas, o possível herdeiro do trono de Portugal perdeu toda a moral política.

Nascido na Áustria, o neto de Dom Miguel I de Portugal, Príncipe Francisco José de Bragança, foi um nobre cuja vida acabou sendo marcada por escândalos e polêmicas que o fizeram ser afastado da vida na corte.

Herdeiro do trono lusitano e oficial do Exército Austro-Húngaro, ele poderia concentrar muitos poderes, mas acabou por ter uma vida mais focada no individual até encontrar um triste fim durante a Primeira Guerra.

Polêmicas
O primeiro escândalo que abalou a vida pública de Francisco José foi a acusação de homossexualidade e sodomia, tipificado como crime na época. A acusação ocorreu durante sua estadia da Inglaterra, quando participou da cerimônia de coroação de Eduardo VII e foi convocado como réu grave num ato de indecência com um garoto de quinze anos — o príncipe estava na casa dos 20 — no Tribunal Criminal Central.

Segundo uma testemunha que alegava ter observado o caso por um buraco na parede, o príncipe teria praticado sexo com o jovem numa casa em Lambeth.

Seu advogado apelaria para uma versão de que Francisco José esperava se encontrar com uma cortesã, ao invés de um menino: ele teria sido levado à casa “com a impressão de que se tratava de um bordel e que teria uma mulher à sua espera. Era normal no continente homens e rapazes recomendarem e levarem homens a bordéis.”

Ao mesmo tempo, não foram apresentadas provas concretas. Com isso, o júri decidiu por inocentar Francisco José. O caso, por mais que não tenha atingido legalmente o Bragança, o levou ao total descrédito. Pela repercussão do episódio, ele foi forçado a abdicar de seu posto oficial no exército da Áustria-Hungria, em que era tenente da cavalaria (hussardo).

Seu pai, Miguel Januário de Bragança, e seu padrinho, Francisco José I da Ásutria / Crédito: Wikimedia Commons

Por decisões de Viena, ele ainda teve diversos direitos civis cassados, inclusive sua autonomia em responder sobre seus próprios bens e acordos políticos. Assim, a justiça austríaca nomeou o cunhado do político para administrar suas responsabilidades.